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Category Archives: Cidadania

080312kuwaitdonne.jpgNasceu um movimento pela emancipação das mulheres e dos xiitas

“Os votos das mulheres no Kuwait representam 58 por cento do total. Por isso, nasceu o bloco ‘Crescimento’, que se propõe a preparar as mulheres para serem partes competentes nos processos de decisão, bem como a sensibilizar a sociedade kuwaitiana para aceitar as mudanças em curso”.

Três mulheres corajosas. É muito resoluta Khuala al-Atigi quando apresenta à imprensa a criação do projecto ‘Crescimento’. Uma rede de mulheres fundado pela própria al-Atigi e por outras duas mulheres. Uma sunita, uma xiita e uma liberal laica. Um grupo que está determinado a fortalecer o exercício do voto feminino no Kuwait, introduzido em 2005, mas, na prática, boicotado pelos políticos e pela sociedade do rico emirato do Golfo Pérsico. Até 2009, a plataforma Crescimento transformar-se-á num verdadeiro partido. O direito ao voto das mulheres foi exercido, pela primeira vez, em 2006, aquando das eleições legislativas. Mas nenhum partido deixou, de facto, espaço a candidaturas femininas. Agora, estas três mulheres corajosas desafiam a cultura conservadora da monarquia, quer em termos de género, quer em termos religiosos.

Tensões religiosas. Não é por acaso que uma destas três mulheres é xiita. No Kuwait, os xiitas representam um terço da população, mas vivem em condições de profunda discriminação. No passado 11 de Março, centenas de xiitas manifestaram-se em frente à sede do Ministério dos Negócios Internos do Kuwait, exigindo a libertação de seis activistas xiitas. Um deles é o guia espiritual Hussein al-Maatouq, acusado juntamente com alguns seguidores de ‘difundir ideias que visam destruir os fundamentos da sociedade e perturbar o regime’ e de ser membro da organização Hezbollah Kuwait. Foram detidos aquando das celebrações xiitas na ocasião da morte de Imad Mughniyeh, líder dos Hezbollah libanês, morto pelos israelitas, em Damasco. Para os xiitas, porém, o terrorismo é uma desculpa para os excluírem da vida política.

Tradução: Anabela Santos

Texto na versão original: AQUI!

“Ser homem é ser responsável. E conhecer a vergonha diante da miséria que parece ser dependente de nos… é sentir, ao colocar a nossa pedra que estamos a contribuir na construção de um mundo”
Saint – Exupéry.

Numa sociedade cada vez mais individualista sente-se uma urgência de repensar no termo cidadania. Perante os desafios e as problemáticas actuais impõe-se uma tentativa de resolução colectiva. É altura de repensar qual é o nosso papel na sociedade, como de alguma forma podemos contribuir para uma mudança.
É preocupante o panorama actual, a baixa participação em associações, e o desinteresses pela vida politica. Ser cidadão passa por ser agente de mudança, não se limitar a ser um espectador passivo da realidade que o circunda, é uma forma de encontrar uma forma de viver juntos tendo sempre presente o objectivo principal: o bem comum.
Não é só a participação na sociedade, é uma postura, uma filosofia de vida. É necessário olhar com olhos de ver, é necessário abrir os olhos. Exige uma resposta do dia-a-dia, ditada pelos valores da nossa sociedade, exige responsabilidade de cada um sendo esse interesse de todos. Não podemos esperar que estas transformações sejam feitas por outros, cada um tem de dar o seu contributo.
Na sociedade de futuro precisamos de cidadãos com mais capacidade, com mais conhecimentos para discutir e se defender. Sendo o panorama actual um mosaico cultural, para quebrar a fragmentação da sociedade devemos respeitar os valores, a cultura, a religião de cada um. Assim o multiculturalismo se tornará numa riqueza, neste sentido a redescoberta da cidadania deve permitir que cada um encontra o seu lugar, fala-se de “cidadania mundial”. Cada pessoa se torna um cidadão do mundo com deveres e direitos. Esses direitos como a igualdade, a segurança, o educação, enfim as condições mínimas de vida.
Assim o contributo de cada um, possibilita a esperança de uma sociedade mais igualitária, acredito que uma mudança ainda seja possível e depende de um esforço conjunto de todos.
Sylvie Oliveira