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Monthly Archives: Agosto 2007

O blogue “Cusquices de gaja” nomeou o “O Mal da Indiferença” para o Prémio “Blogue com Grelos” que, criado por Marta F., distingue as “mulheres que, na sua escrita, para além de mostrarem uma preocupação pelo mundo à sua volta, ainda conseguem dar um pouco de si, dos seus sentires e com isso tornar mais leve a vida dos outros. Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor.
Respondendo ao repto lançado pelas “cuscas das gajas”, “O Mal da Indiferença” segue com as seguintes nomeações:
· Colectivo feminista, d’ “O Feminismo está a passar por aqui…”
· Misscalli, do “Psicocoisas
· “Humanidade Desumana
· Cuscas das gajas, do “Cusquices de Gajas
· Fuensanta M. Clares, do “Artículos
As bloggers nomeadas devem eleger mais cinco bloggers e enviar as nomeações para AQUI!
O Mal da Indiferença” tem o júbilo de anunciar que o Prémio Maria Lamas 2006, atribuído pela Comissão para Cidadania e Igualdade de Género, foi entregue à jornalista do Público, Joana Amaral Cardoso, pela reportagem “Feminismo.blog.pt”. Este trabalho jornalístico, que contou com um modesto contributo d’ “O Mal da Indiferença”, debruça-se sobre as intervenções feministas na blogosfera portuguesa e estrangeira.

Feminismo.blog.pt está, agora, disponível on-line e pode ser lida AQUI!
Anabela Santos
Entrevista da presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros, Elza Pais, ao Correio da Manhã, publicada na edição de ontem:
“Trabalhou no Instituto de Reinserção Social em Coimbra, dirigiu o Instituto da Droga e da Toxicodependência e foi convidada a presidir à Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres, recentemente rebaptizada Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros – “uma mudança de paradigma”. Elza Pais explicou que é tudo uma questão de Direitos Humanos.
De onde vem este interesse pelo tema dos direitos das mulheres?
Desde sempre trabalhei muito as causas sociais. Fui professora no Instituto Miguel Torga em Coimbra, e agora na Universidade Católica, sempre na área social. Formei muitas das assistentes sociais do País…
Considera-se uma feminista?
Considero, porque luto pelos direitos das mulheres. E ao lutar pelos direitos das mulheres luto pelos direitos das pessoas. Ao fazer isto também estou a lutar pelos direitos dos homens.
O discurso feminista foi muito acusado de ser um discurso de autovitimização…
Há feminismo e feminismo. Há várias etapas. Nas suas primeiras afirmações teve de sublinhar determinadas discriminações para as salientar. Se não tivesse sido assim, hoje não se falaria da igualdade de géneros como falamos. Hoje exige-se às feministas uma nova atitude no sentido de chamar os homens a reivindicar os direitos das próprias mulheres. Uma sociedade em que homens e mulheres vivem de costas voltadas não é uma sociedade justa.
Já se conseguem ver resultados concretos, práticos, das políticas de igualdade de oportunidades?
Sim, o facto de ter existido este ano [Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades] que foi acolhido pelo Parlamento e pelo Conselho já em 2002/2003 e que está agora em pleno, é sinal de que, ao nível da política, estes temas começam também a ser valorizados. E o facto de termos planos – vamos no 3.º Plano Nacional para a Igualdade, no 3.º Plano Nacional contra a Violência Doméstica, no 1.º Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos. Claro, num primeiro momento foi através dos movimentos feministas dos anos 60/70 que estes temas vieram para a ribalta. Não são longínquos os tempos em que as mulheres não podiam votar, em que não se podiam ausentar para o estrangeiro sem pedir autorização aos maridos, em que não podiam integrar determinadas carreiras profissionais, não podiam ser magistradas. Hoje é inconcebível. As próprias carreiras da magistratura têm muito mais mulheres do que homens.
Não lhe parece que alguns homens se sentem ameaçados por todas estas movimentações e estão no limiar de exigir um dia mundial do homem?
Se isso acontecer parece-me que estamos no caminho errado, porque a valorização da mulher não deve implicar a anulação do homem. Eu não queria substituir o 8 de Março das mulheres por um 8 de Março para os homens.
Dentro da Comissão existe igualdade de géneros? Há muitos homens a trabalhar aqui?
Não tantos quantos eu gostaria e há muito poucos porque até há pouco tempo as mulheres é que reivindicavam a afirmação destes direitos. A comissão foi-se construindo com o objectivo de dar emprego a quem se interessasse por estas temáticas e quem se interessava eram sobretudo as mulheres.
Então têm alguns homens.
Sim, temos alguns homens. Defendo as representações equilibradas, não só ao nível dos postos de decisão mas ao nível do trabalho em todas as equipas.
Como se enquadra na Comissão, o tráfico de seres humanos?
É um projecto que acabou de ser aprovado. No terreno havia equipas que já vinham trabalhando esta temática, através de várias parcerias e projectos e é um problema que se vive hoje de forma preocupante. Portugal tem uma situação particular, já que funciona como placa giratória. Temos um plano que nos vai permitir desenvolver projectos de apoio a vítimas, desde que elas queiram colaborar com a polícia.
São pessoas apanhadas em redes de prostituição?…
Não só. O tráfico de seres humanos pode envolver homens, crianças…
Leia a entrevista na íntegra AQUI!
Segundo a ONU, o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia, nos 49 países mais pobres do mundo,principalmente em África,mais do que duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307 milhões – o que equivale a 65% da população. As estimativas dizem-nos que este número pode chegar a 420 milhões, em 2015.
Ana Ferreira

São perto de três horas da manhã. Deparo-me com um estilo televisivo, passando a publicitar a televisão independente portuguesa, no mínimo aberrante. À parte, a preocupação argumentativa dos comunicadores e informantes, em justificarem a componente teatral, de raíz fictícia deste programa, não encontro legitimidade e pertinência em apresentá-lo. Refiro-me ao “Fiel ou Infiel?”.
Portugal é um país,hierarquicamente,marcado por um elevado grau de iliteracia, ou seja, muitos cidadãos portugueses fazem dos heroís televisivos e das mensagens de apelo, por eles emitidas, um modo de vida real. De outra maneira, nem sempre os programas em transmissão têm em conta as diversas origens e capitais sociais e culturais e caem no erro de passar a ficção como se de realidade se tratasse. De facto, não estou a categorizar nem a estigmatizar o povo português,mas sim a reflectir sobre uma temática imprescindível: há diferentes meios sociais envolventes, há uma população com diferentes níveis de quociente de inteligência, há interpretações falseadas que tomam este programa como um exemplo a seguir; pois o mesmo incentiva por um lado, à traição conjugal e por outro, à exposição corporal e à violência doméstica, na sua forma espectacularizada e extrema, simultaneamente.
Dizem as vozes da filosofia que “não há maneira corrigível, a não ser conhecer o seu contrário”, isto é, o casal só poderá reforçar a sua estabilidade relacional, se conhecer, por via de campanhas de sensibilização e não por meio de uma caricatura de falso esquema, como é o caso do presente programa, a instabilidade e a discórdia, assim como, os riscos de um comportamento grave – traição humana e violência corporal e simbólica. Reitero o meu pensamento: o papel da televisão não deve ser uma tradução de espectáculo falseado e sem regras mentais, deve antes, promover e sensibilizar as estabilidades emocional, humana e social, por meio da demonstração de associações de apoio e protecção, a qualquer tipo de monstruosidade que afecte o inter-relacionamento.
Convicta da representação do comportamento do povo português, por meio da influência televisiva, forma-se uma falsa reprodutibilidade técnica e simbólica, favorecendo uma estrutura de oportunidades que orienta os investimentos de lucro, numa perspectiva interna e centralizada (refiro-me, obviamente, ao lucro televisivo).
Na realidade, a televisão não produz a coesão social, a reunificação das massas sociais e humanas, nem tão pouco a autonomia das mesmas.
Seguindo esta lógica de incoerência, resta-me mostrar a minha indignação, relativamente à “identidade mal disfarçada” de uma produção cultural, harmonizada e contornada pelo recurso à imagem, música e palavra de persuasão teatralizada.
A “consciência terrena” não é, de facto, uma “inconsciência virtual” que não cabe, mesmo assim, no entendimento transcendental.
Ana Ferreira

Basta de espectacularidade!

É preciso a UNIÃO!

FALE COM A APAV!

DENUNCIE!

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Mulher sofrida…oprimida pelas garras da vida
Mulher a olhar e a vaguear….
Também a flutuar no vácuo de um labirinto…
Mulher desfeita, ferida, perdida no deserto de um lar
Mulher desfraldada da sua bondade…do seu amor…
Da sua simplicidade, da sua inocência, paciência
Do seu carinho, a sua ternura…..
Mulher de coração sangrado pelas feridas…
Feitas ontem e abertas a cada momento.
Mulher desvairada que já não sabe quem foi
Muito menos quem é….
Mulher que não sabe mas sente o cheiro
Precioso de uma rosa, nem…
O tocar suave numa pedra áspera.
Mulher…percorrendo a vida, só à espera da morte…
Mulher frívola tornou-se para não mais sentir
Os momentos…tornados obscuros…
Mulher a querer voar para a eternidade de nem sei o quê…
De asas abertas e cabeça erguida dizendo:
Adeus à maldade, ao sofrimento, às lágrimas de sangue…
Mas mesmo assim ela torna a dizer:
Mulher – luta e fortaleza,
faz algo por ti mesma;pois sem ti Mulher…
O mundo seria despovoado…
Mulher o universo é teu e do teu caminho,
Da tua força de mulher e humana.
Por mais que te custe, sê sempre mulher!
Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?