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Monthly Archives: Agosto 2008

Definição. A Linha SOS Voz Amiga, foi criado em 1978 pela Liga Portuguesa de Higiene Mental, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que lhe dá suporte legal.

Enquadramento. Foi o primeiro telefone de ajuda, na área da prevenção do suicídio, que surgiu em Portugal, 35 anos depois de um sacerdote inglês, Chad Varah, ter dado início a esta forma de ajuda, colocando o seu telefone ao dispor de pessoas em risco de suicídio e anunciando-o nos jornais.

Público-alvo. É uma linha telefónica de emergência, destinada a pessoas em sofrimento, como forma de prevenir o suicídio. É assegurado exclusivamente por voluntários, que recebem formação prévia de profissionais experientes na área da Saúde Mental e se mantêm num sistema de formação contínua.

Principais Objectivos. 1. Partilhar os problemas com alguém desconhecido, que não julga, mas ouve e se sente nesse momento responsável pelo outro, tentando devolver-lhe a confiança em si próprio. 2. Relatar situações de sofrimento pessoal sem constrangimentos de ordem moral, sexual, religiosa ou política. 3. Encontrar pessoas que aceitam falar das ideias de morte, permitindo eventualmente afastar a ideia de suicídio. 4. Conversar com alguém que se interesse pelos seus problemas e angústias.

Grupo de ajuda. No Centro SOS – Voz Amiga a ajuda é prestada por um conjunto de pessoas – os voluntários – mulheres e homens de todas as idades, crenças, estratos sociais, culturais, económicos e profissionais que, sem qualquer remuneração, fazem um trabalho especializado de relação de ajuda não profissional, embora com formação inicial e contínua e o apoio e supervisão de técnicos da área da saúde mental.

Entrevista:

1) Qual(ais) a(s) actividade(s) desenvolvida(s) pela Voz Amiga?
O Centro SOS-Voz Amiga é um serviço de ajuda em situações agudas de sofrimento causadas pela Solidão, Ansiedade, Angústia, Depressão e Risco de Suicídio.

2) A SOS Voz Amiga diz respeito a uma linha de aconselhamento momentâneo ou uma linha de continuidade (uma linha que acompanha o mesmo problema, com os mesmos agentes)?
É uma linha de ajuda pontual. Mas não nos consideramos uma linha de aconselhamento.

3) Por norma, que tipo de situações ou problemáticas são apresentadas pelo(a)s cidadãos ou cidadãs, aquando de uma abordagem aos vossos serviços?
Perfil dos problemas mais apresentados:
• Relações humanas: conjugais, div, familiares, sentimentais, afectivos: ano de 2003 – 1362 efectivos e ano de 2007 – 1165 efectivos.
• Solidão, medo, questões éticas e morais: ano de 2003 – 1857 efectivos e ano de 2007 – 1183 efectivos.
• Doenças psicológicas, físicas, dependências: ano de 2003 – 1800 efectivos e ano de 2007 – 1451 efectivos.
• Suicídio, pensamento, tentativa: ano de 2003 – 227 efectivos e ano de 2007- 260 efectivos.

4) Consideram que o vosso desempenho segue a linha da defesa e promoção dos “direitos humanos”? Em que sentidos?
Em tese todos os indivíduos têm direito a uma vida saudável e a ser felizes, sendo que a OMS considera saúde como um conceito abrangente que engloba o bem-estar físico, mental e social. Nessa medida, o SOS – Voz Amiga prossegue a defesa e promoção dos direitos humanos de cada apelante, não sendo esse, contudo, o princípio subjacente à sua missão.

5) Por norma, que tipo de apoio é prestado a um cidadão ou a uma cidadã, depois de um telefonema, independentemente do problema em causa?
Acabado o telefonema, não há da nossa parte qualquer tipo de apoio. O nosso trabalho é realizado exclusivamente ao telefone enquanto dura o telefonema do apelante.

6) Aquando de uma orientação dada pelos vossos serviços, a maneira como homens e mulheres reagem à mesma é distinta ou equivalente? Isto é, a variável “género” pode ser uma condicionante para a reacção ao problema posto em causa?
Como explicado acima, não damos orientações. O que talvez possamos dizer, a este propósito, é que as mulheres recorrem mais a este tipo de ajuda do que os homens, como, aliás,  se depreende dos dados estatísticos anexos. Por outro lado, constata-se que existe um maior número de suicídios no género masculino que no feminino.

7) É relevante dizer-se que o trabalho desenvolvido pelos vossos serviços contribui, grandemente, para a manutenção da ordem social e individual, da coesão social e individual e para a tentativa de equilíbrio de os desvios sentimentais, mentais, psíquicos e outros que fazem parte do ciclo de vida?
A coesão interior de cada indivíduo em dificuldade é o nosso principal objectivo e a coesão social começa em cada um de nós individualmente. O que podemos dizer é que tentamos contribuir para a ordem e equilibro individual de quem nos telefona, tentando atenuar os desvios de qualquer ordem na medida do possível. Mas, sobretudo, esforçamo-nos por perceber o seu sofrimento e tentamos passar essa mensagem: “estamos ali para partilhar com aquela pessoa o sofrimento em que está mergulhado”. Se isso lhe trouxer alívio e maior harmonia, tanto melhor, daremos o nosso objectivo por atingido.

8) O meio social de origem, as relações familiares passados ou presentes, o maior ou menor fechamento social, entre outros factores, são determinantes ou influentes na maneira como cada actor social enfrenta o seu problema. Concordam com esta ideia? Se sim, como a explicam, recorrendo à vossa experiência na Voz Amiga? O SOS – Voz Amiga não nos dá uma visão diferente da sociedade e das pessoas em geral, apenas nos põe mais em contacto com pessoas que num dado momento se sentem fragilizadas, qualquer que seja o motivo. É evidente que a afirmação contida nesta pergunta é verdadeira (todos nós somos “nós e a nossa circunstância”), contudo, esquece um factor da maior importância: a saúde e as condições de ordem estritamente bio-fisiológica de cada um.

9)  Actualmente, fala-se de uma sociedade desarticulada de valores, princípios, regras, de traços culturais que as caracterizam; de uma sociedade atrofiada em matéria de “normas”. Acham que este atrofio social, baseado na quebra de regras, poderá ser uma das causas ou agravantes da debilidade psíquica, física e de outra natureza e, nos limites, de estados anómicos como o suicídio? De que forma?
No SOS – Voz Amiga não estamos preocupados com as causas, nem tomamos partido por esta ou aquela explicação qualquer que seja o tema em debate. O cerne da nossa missão é o sofrimento de quem nos telefona, pelo que “a sociedade” para o nosso trabalho é uma entidade inexistente. As razões que levam aquela pessoa a telefonar não nos interessam: apenas está a sofrer e vem partilhar connosco a sua dor que nós, de alguma forma, tentamos aliviar.  Nem sequer nos atrevemos a catalogar o suicídio como um estado anómico ou não. Se fizéssemos juízos de valor, não estaríamos disponíveis para nos solidarizarmos com a dor de qualquer pessoa que pensasse de modo diferente do nosso. 

Entrevista realizada por: Ana Ferreira

Um bem – haja a toda a equipa da Voz Amiga. Mais informações: AQUI!

 

UMAR fez o registo de imprensa de casos de mulheres assassinadas; em todo o ano passado, haviam sido contabilizadas 23 mortes

A mulher que ia morrer vestiu um biquíni com um estampado de trevos e a expressão “Party Girl”. Enfiou umas calças de ganga azuis escuras, um top de algodão azul claro, uns chinelos de dedo. Saiu de casa, em Paços de Ferreira, entrou no carro de um rapaz que conhecera em Março, através do teletexto da SIC. Era domingo, 3 de Agosto, estava de folga, ia à piscina. Transformou-se na 31.ª mulher a ser notícia este ano por ter sido morta por um homem com quem mantinha ou mantivera uma relação íntima. Um casal deu com o seu corpo inerte, na mata dos Cinco Caminhos, junto à estrada que liga Alfena a Sobrado (Valongo). Levara dois tiros.

Agostinha Oliveira, operária fabril, 24 anos, não tinha um único documento. A Polícia Judiciária lançou um apelo, divulgou imagens. O tio, Hernâni Alves, viu a fotografia ao desfolhar um jornal. O namorado, de 22 anos, foi detido no dia 7. Entregou a pistola, desenterrou os documentos.

O Observatório de Mulheres Assassinadas, projecto da organização não governamental União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) que colige as notícias publicadas na imprensa, nota a diferença. No ano passado juntara notícias de 21 mulheres mortas por homens com quem mantinham ou tinham mantido uma relação íntima.

“Invisibilidade”
“Estamos a analisar as notícias”, adianta Artemisa Coimbra, que integra o Observatório e fez tese de mestrado sobre violência doméstica, imprensa e questões de género. Surpreende-a a curta idade de algumas. E a proporção de namorados e ex-namorados, num quadro muito feito de maridos, ex-maridos, companheiros e ex-companheiros.

Que se passa? O ano passado foi um ano anormal. Só contou 21 crimes de homicídio consumado aos quais se somaram dois “descobertos” mais tarde, e 57 crimes de homicídio tentado. Em 2006, a UMAR registou 39 consumados, 43 tentados. Este ano, a lista já soma 31 consumados, 35 tentados. Pode ser só uma questão de maior eficácia dos agressores, mas Coimbra levanta a hipótese de efeitos da crise económica.

O mês de Julho foi o pior. Acabou a 29, com a morte de uma jovem de 29 anos à porta do Café Mira Rio, na Maia. O suspeito, detido pela Polícia Judiciária ao princípio daquela noite, era um homem de 39 anos que com ela já mantivera (ou desejaria manter) uma relação amorosa.

A imprensa não revelou o seu nome. Muitas vezes não revela. Artemisa Coimbra fala em “invisibilidade”. Ao analisar 72 notícias sobre mulheres assassinadas entre Novembro de 2004 e Novembro de 2006, encontrou 23 sem nome. “A nomeação da mulher desaparece por oposição à nomeação do agressor e, também, à dos/as filhos/as.” E isso, na sua opinião, não é inócuo.

Desconhecemos “os percursos de vida, as histórias e as experiências destas mulheres”. Deles, dos agressores, sabemos. Quase todas as notícias retratam, “por vezes com prolongado detalhe”, os seus “problemas emocionais, psíquicos, financeiros, de dependência ou até de crenças”: “Referem o ciúme e a paixão como um dos principais motivos” do crime.

Sentimento de propriedade
Um exemplo? A 19 de Julho, em Jovim, Gondomar, houve uma discussão acalorada. Maria Peixinho, 74 anos, levantou-se da mesa e refugiou-se no quarto. O marido, Arnaldo Peixinho, 76 anos, pegou numa faca de cozinha e foi atrás dela. Uma filha ouviu a mãe gritar e correu para o quarto. O pai matara-a, fechara-se noutro quarto e matara-se. Também aqui a imprensa fala em ciúme.

Uma semana antes, 13 de Julho, Madalena Gaspar foi surpreendida pelo ex-companheiro ao estacionar o carro à porta da casa que dividia com o pai, de 83 anos, em Comenda, Gavião. Ela tinha 33 anos. Ele tinha 67 e mantivera com ela uma relação extraconjugal há perto de duas décadas. Não aceitou o fim do namoro.
Matou-a com dois tiros de caçadeira. O corpo dele foi encontrado a um quilómetro dali, debaixo de um sobreiro. Encostara o cano ao queixo e premira o gatilho.

Quando o homem se suicida, a mulher como que se apaga. Este ano já houve pelo menos sete homicídios seguidos de suicídios. Às vezes o homicídio é o desfecho de uma violência conhecida: a 27 de Julho, Bruno, conhecido em Vale da Bica, Ponte do Sor, terá espancado a namorada, Sónia Castelhano, até à morte; viviam juntos há um ano; segundo os vizinhos, as discussões eram muitas e frequentes.

Outras vezes é uma surpresa para quem está ao lado: a 23, na ilha Graciosa, nos Açores, um casal era encontrado sem vida dentro de casa; o militar da GNR, de 34 anos, baleou a mulher, de 22, e suicidou-se; João Mendonça prestava desde 1999 serviço no posto fiscal da Praia. Naquele dia, convidara a mulher e alguns amigos para jantar fora; depois do jantar, o casal regressara a casa; de repente, tiros.

Quase sempre, Artemisa Coimbra lê neles um sentimento de propriedade dos homens sobre as mulheres. Os homens não aceitam o fim do namoro, o pedido de divórcio. É como se só eles pudessem decidir o rumo da relação.

Fonte: PUBLICO, versão impressa online, 26 de Agosto de 2008.

Na Argentina, cerca de 90 por cento das vítimas de tráfico humano não colabora nas investigações policiais, o que constitui um dos maiores obstáculos ao combate a este crime. O silenciamento das vítimas e consequente recusa em cooperar com os agentes policiais devem-se a inúmeros factores, designadamente à inexistência de um sistema de protecção das vítimas de tráfico humano no país.

De acordo com o membro da Unidade Fiscal de Delitos Ficais, Aldo de la Fuente, “praticamente todas as pessoas que são resgatadas das máfias dizem que aí porque quiseram. É muito difícil encontrar alguém que conte a verdade”. Sob coacção e chantagem, as vítimas – mulheres, homens e crianças – preferem omitir os factos a expor a verdade. Para De la Fuente, a actuação das ONG’s adquire suma importância na optimização do sistema de protecção das vítimas, sendo agentes geradores de redes de acolhimento que o Estado argentino não possui.   

Um dos problemas mais significativos que se erigem à erradicação do tráfico humano no país de Kirchner é “a corrupção policial, judicial e política que existe”. Nos últimos anos, porém, a Argentina reestruturou as suas plataformas de investigação e combate ao tráfico de seres humanos. “Antes a vítima era mais um objecto da investigação, mas agora todo o trabalho gravita à volta dela”, asseverou de la Fuente.    
 

Anabela Santos

Para as mulheres palestinianas em Israel, o preço da honra ainda é demasiado alto

No dia 11 de Março de 2008, uma rapariga de 19 anos foi quase assassinada pelo seu irmão, em Na’ura, na Galileia (Israel). O homicídio tinha sido planeado há muito tempo mas, felizmente, a rapariga salvou-se, fingindo-se de morta depois de ter sido ferida na cabeça por uma bala. O irmão, preso em flagrante pela polícia, foi aplaudido e elogiado pela sua corajosa acção pela família e pelas pessoas presentes no momento do acto. No dia 16 de Março de 2008, Sara Abu Ghahem, 40 anos, foi ferida numa outra tentativa de homicídio, em Jawarish, perto de Telavive. Tinha-se divorciado do marido e queria oficializar a sua relação com outro homem, de religião hebraica. Em seis anos, Sara é a nona vítima do crime de honra na família Abu Ghanem. As anteriores oito mulheres foram assassinadas. Ambas as histórias testemunham os últimos crimes de honra registados em 2008 na comunidade palestiniana em Israel.

Em Israel, as mulheres palestinianas são sujeitas a três tipos de discriminação. A primeira discriminação acontece em todo o mundo pelo mesmo motivo: ser mulher. Em segundo lugar, são mulheres palestinianas em Israel e, por isso, cidadãs de série B, num país onde a sua cultura e a história colectiva não é reconhecida: os palestinianos em Israel são apontados como árabes israelitas, designação que generaliza a presença palestiniana em Israel. Em terceiro lugar, são mulheres palestinas e, por isso, discriminadas na mesma comunidade árabe de pertença.

A minoria palestina em Israel compõe 20 por cento da população e vive sobretudo nos centros rurais e vilas. A partir da Nakba de 1948, o surgimento do Estado de Israel, a sociedade palestiniana passou de uma liderança tradicional para uma forma política mais organizada, que tem tentado lutar pela igualdade de direitos civis dos palestinianos em Israel e desenvolver uma agenda para unir a comunidade palestina em Israel. Alcançar a unidade fez com que os problemas que as mulheres palestinianas enfrentam diariamente, incluindo os crimes de honra, passassem para segundo plano em nome de uma causa mais “nobre” e importante. Falar de crimes de honra era percebido como uma tentativa de romper os delicados equilíbrios criados entres os diversos grupos políticos e sociais no interior da sociedade palestiniana, já sob pressão do Governo israelita. 

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Coimbra, 07 Ago (Lusa) – A sinalização das crianças em perigo ou com certos sinais de maus- tratos não é feita “muitas vezes” porque os profissionais dos serviços de saúde, “não são capazes de o fazer”, revela um estudo hoje divulgado.

Eugénia Pereira, que desenvolveu o estudo com a sua colega Edite Miranda no âmbito de um curso de pós-licenciatura, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, salienta que muitas vezes a sinalização de crianças que sofrem certos tipos de maus-tratos, sejam físicos ou por negligência, não é feita nem nos serviços de saúde primários nem nos serviços de urgência.

A autora referiu à agência Lusa que antes dos 3 anos a intervenção das equipas de saúde na sinalização destes casos “é fundamental”, porque estas, por razões de idade, praticamente não são abrangidas pela sinalização que as escolas fazem.

“As causas prendem-se com o facto de os profissionais de saúde ainda não estarem muito despertos para o problema, com a carência de recursos humanos e, se calhar, também devido a alguma falta de formação”, revela uma nota de imprensa da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, citando as autoras.

Edite Miranda, citada na mesma nota, adverte que, em certos casos, “aquilo que pode parecer uma situação muito banal poderá ser uma situação de maus-tratos”.

Acrescenta que situações de crianças “com alguns sinais de maus-tratos que ficam muito apáticas e não dizem o que se passa” bem como “determinadas fracturas ou mazelas que não são susceptíveis de uma queda” devem ser olhadas como sinais de alerta.

“Muitas vezes, dada a azáfama do serviço de urgência de um hospital central, isso passa um bocadinho despercebido para a equipa. É preciso estarmos muito alerta e com disponibilidade mental para detectarmos situações de risco”, realça Edite Miranda.

Por seu turno, Eugénia Pereira refere que “há uma articulação muito informal” entre cuidados primários e cuidados hospitalares, e “quando há um contacto telefónico e escrito o retorno não é dado, e o que se pretendia – um trabalho continuado com as famílias, para diminuir ou eliminar o perigo – não é feito”.

No sentido de alterar a situação, as autoras do estudo consideram importante que exista um enfermeiro em cada Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco (existentes em hospitais e em alguns centros de saúde) com formação nesta área, que seja responsável pela articulação das situações já sinalizadas, e que se sensibilizem para o problema as equipas de saúde.

O estudo “Criança em Perigo – articulação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados de saúde hospitalares” foi realizado de Março de 2007 a Maio de 2008, no Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco do Hospital Pediátrico de Coimbra e no Núcleo de Intervenção Precoce e Multidisciplinar do Centro de Saúde de Seia.

Fonte: Aqui!

 

Nos primeiros seis meses deste ano, em média, dois idosos por semana foram vítimas de violência. A notícia é avançada pelo Diário de Notícias, que cita dados oficiais do Ministério Público.

Segundo o jornal, no primeiro semestre de 2008 foram abertos 51 inquéritos relativos à violência contra idosos. Almada é a comarca que apresenta o maior número de queixas, 11, seguida por Torres Vedras, com 9, e Lisboa, com 7. Sem casos de violência contra idosos estão Cascais, Angra do Heroísmo e Oeiras.

O jornal, que cita dados da Linha do Cidadão Idoso, mostra que são os familiares quem mais denunciam os casos de maus tratos a idosos. Mas quando se trata de negligência, normalmente, a denúncia parte de vizinhos. São menos os casos em que a própria vítima pede ajuda.

Em 2007, esta linha recebeu 3202 chamadas, das quais 171 relativas a maus tratos e 111 de negligência. É nos grandes centros urbanos que há registo de mais denúncias, sendo que as vítimas têm, maioritariamente, entre os 71 e os 90 anos.

Vítimas dos cônjuges, dos filhos e de instituições

Michelle Lopes, responsável desta linha, disse ao DN que «o abuso financeiro é mais praticado nas famílias, enquanto os maus tratos são mais frequentes nas instituições». Segundo a mesma fonte, outro caso frequente é o de filhos que tentam isolar os pais para que não apresentem queixa.

Segundo dados da Associação de Apoio à Vítima (APAV) referentes a 2007, citados pelo DN, o cônjuge ou companheiro é o agressor mais frequente dos idosos (29,1 por cento dos casos). Mas um grande número (26,4 por cento) é vítima dos próprios filhos.

A residência partilhada com o agressor é o espaço em que mais ocorrem as agressões (59,7 por cento), logo seguida da casa da vítima (25,6 por cento). No total, apenas 12 casos, ou seja, 2,3 por cento, tiveram lugar em lares ou instituições de acolhimento.

A violência financeira é outra face dos atentados contra este grupo etário. Paula Guimarães, da APAV, explica ao DN que «em Portugal existe a ideia de que o património do idoso é da família e a partir de uma certa idade esta faz tudo para administrar os seus bens, atropelando a lei».

Fonte: AQUI!

Santa Maria da Feira comemora, esta semana, mais uma festividade da Viagem Medieval em Terras de Santa Maria. Termina no próximo domingo, dia 10 de Agosto de 2008.

Este evento diz respeito a uma recriação medieval, reportando-se este ano ao reinado de D. Dinis e de D. Isabel.

Há, também, um enfoque especial dado às ordens militares e religiosas. Este ano a moeda oficial é o ‘dinheiro’.

Mais informações em: Site Oficial da Viagem Medieval em Terras de Santa Maria

Em cima: vídeo alusivo à Viagem Medieval 2008- Antevisão.

Ana Ferreira

A Polícia Judiciária de Aveiro investigou quatro casos de casamentos ciganos que, de acordo com o Código Penal, podem configurar o crime de abuso sexual.

As tradições ciganas incentivam enlaces muito jovens, mas a legislação portuguesa pune actos sexuais com menores de 14 anos.

Fonte: RTP

Haiti, Michelle Pierre-Louis é a nova primeira-ministra do país

Michelle Pierre Louis, economista de 61 anos, é a nova primeira-ministra do Haiti. E a segunda mulher a assumir este cargo, depois de Claudette Werleigh, que foi primeira-ministra de Novembro de 1995 a Fevereiro de 1996. A nominação de Michelle Pierre Louis surge depois da apresentação de três candidatos pelo presidente Renè Preval.  

Os factos. Desde que Jacques Edouard Alexis, ex-primeiro-ministro, foi forçado pelas violentas manifestações a abandonar o cargo decorreram três meses e meio. Meses nos quais o país respirou um ar particular: temia-se o regresso à guerra civil. Por um lado, a população, enfurecida contra o indiscriminado aumento dos preços dos bens de primeira necessidade, sobretudo farinha e arroz; por outro, a “política” culpada, na perspectiva da população, pela pesada situação na ilha e de não ter sido capaz de administrar a economia do país. O presidente Preval encarou a situação praticamente sozinho e só depois de três tentativas conseguiu a eleição de uma “Dauphine”. Portanto, o Senado haitiano deu luz verde, ontem, mas a Câmara já tinha dado o seu parecer favorável em 17 de Julho do ano passado.                 

O futuro. A economista de 61 anos, desde sempre próxima das posições de Preval, deverá agora estudar o programa de Governo e procurar formar um executivo capaz de fornecer respostas às questões incessantes da população, sobretudo na luta contra a pobreza, fome e a larga corrupção que grassa no país. Expert em economia, Michelle Pierre Louis estudou em Nova Iorque para depois emigrar para França e prosseguir os seus estudos sobre administração de escala aeroportuária. Em 1995, foi dirigente de uma organização não-governamental, a Fokal, financiada pelo magnata norte-americano, George Soros. No Haiti, há muito confiança na sua capacidade de primeira-ministra, que deverá ter em atenção o estado dos custos de um dos países mais pobres do mundo, onde a população vive com menos de dois dólares por dia.      

Texto Original: AQUI!

Tradução: Anabela Santos