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Category Archives: Congresso Feminista 2008

Oitenta anos depois, o terceiro Congresso Feminista foi finalmente realizado. A Fundação Calouste Gulbenkian enchia-se de Mulheres e Homens e ressoava nos muros o passado, presente e futuros dos feminismos. Feministas de várias gerações e oriundas de várias localidades debateram ideias, preocupações, explicaram estudos, divergiram sobre soluções, contraporam posições, partilharam opiniões e experiências. O que nos une é a mesma perspectiva e um visão comum: pôr fim às discriminações ainda vigentes.

O feminismo está vivo e é cada vez mais uma luta de todas/os para a igualdade de todos/as. A igualdade em relação ao género, à orientação sexual, isto é, pelos mesmos direitos em todas as dimensões da vida social. Dimensões que passam pela política, religião, emprego, saúde, média, casamento, educação, sexualidade, arte e literatura.

Ficou a consciência de que somos muitas e muitos a acreditar que uma sociedade mais igualitária é possível. Uma sociedade onde ser mulher não signifique ser inferior; ter menor acesso a cargos de chefia; uma sociedade onde os média não reflectem estereótipos e preconceitos dando uma ideia errada da mulher; onde as religiões não oprimem as mulheres nem lhe conferem o carácter de culpada por todos os males existentes; uma sociedade onde a mulher não seja invisível, explorada, violentada; uma sociedade sem sexismo e heterossexismo. Uma sociedade de muitas e muitas feministas que acreditam num sonho comum.

Grava-se na memória três dias de enriquecimento, partilha e união. Perdura a consciência de que ainda existem muitos obstáculos à concretização da igualdade, mas fica a ideia de que imenso trabalho está a ser realizado em vários pontos do mundo para atenuar as discrepâncias ainda existentes. Confirma-se a ideia de que todos somos necessários para esta mutação e que todos podemos fazer diferença. Permanece a convicção de que o feminismo fez e continua a fazer sentido. Na verdade como referia Inês Fontinha “ resistir é sonhar que outro mundo é possível e lutar para o construir”.

Sylvie Silva Oliveira

Três dias, múltiplas temáticas. O Congresso Feminista 2008 arrebatou indubitavelmente os palestrantes e participantes, proporcionando a todas e a todos momentos únicos de reflexão, intercâmbio de saberes e discussão.

Dia 26: Após a homenagem à feminista Madalena Barbosa e a celebração do centenário do nascimento de Simone de Beauvoir, o congresso desenhou rumos temáticos diversificados. Mulheres e Média; Mulheres e Lideranças; Mulheres, Pobreza e Exclusão Social; e Violência de Género e Violência nas Relações de Intimidade inauguraram o cardápio temático. A partir das 16h, os Feminismos, História das Mulheres e da Educação; Feminismos e Poder Político; Mulheres e Ciência; Género e Relações de Género; Trabalho, Sindicalismo e Empoderamento das Mulheres foram os temas em debate. O primeiro dia do Congresso Feminista 2008 fechou com o lançamento da ‘Agenda Feminista 2009’ da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). 

Dia 27: O dia começou com os Direitos Humanos e Igualdades; Violência de Género nas Relações de Intimidade; Feminismos, Movimentos Sociais e Políticas Públicas; Famílias, Casamentos e Trajectos Emancipatórios; e Feminismos e Religiões.  Seguiram-se os Feminismos/Lesbianismos a Mov. LGBT; História das Mulheres e Correntes do Feminismo; Mulheres Migrantes; Mulheres e Saúde; e Trabalho, Sindicalismo e Empoderamento das Mulheres. A tarde reservou novos debates simultâneos: Educação, Género e Cidadania; Escrita de Mulheres, Escrita Feminista; Representações do Feminino; Tráfico de Mulheres e Prostituição. O Congresso Feminista 2008 deixou a Gulbenkian com o debate “Os Feminismos e os desafios para o nosso século” e com “Arte e Literatura de Mulheres/Feminista”.  O dia terminou com o jantar convívio na Fábrica Braço de Prata.

Dia 28: Decorrendo na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, o último dia do Congresso Feminista 2008 começou com Sexualidades e Direitos Sexuais e Reprodutivos, terminando nas Artes e Feminismos. 

Importa ainda sublinhar as brilhantes prestações do ‘Quarteto Ariadne’ – que inaugurou o Congresso Feminista 2008 –, do trio composto por Ana Sanmarful, Margarida Prates e Valter Marrafa – que precederam a mesa redonda ‘Os Feminismos e os desafios para o nosso século’, e das ‘Cramol’, que actuaram na noite de 27 de Junho, na Fábrica Braço de Prata.

Passo a passo, os obstáculos foram sucumbindo e a vontade de edificar o evento venceu. Após inúmeros meses de delineamento, organização e promoção, o Congresso Feminista 2008 começa já na próxima quinta-feira, dia 26 de Junho, e prolonga-se até sábado, dia 28. 

Com mais de 150 palestrantes e 500 participantes, o evento recruta saberes de áreas diversificadas – política, saúde, história, sexualidade, média, ciência, economia, sociedade, religião – para incidir numa questão maior: a Igualdade de Género.

Encontramo-nos em Lisboa para um evento que reúne todos os ingredientes para se tornar memorável. 

O programa temático pode ser consultado AQUI!

Anabela Santos

No âmbito da promoção do Congresso Feminista 2008, a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) convida todas e todos a assistir ao lançamento do livro “Gostar de mim, gostar de ti”, dia 14 de Junho, às 18h, no estaleiro cultural da Velha-a-Branca (Braga). Da autoria de Maria José Magalhães, Ana Paula Canotilho e Elisabete Brasil, esta publicação consiste num “guia teórico e metodológico para educadores/as, docentes, técnicos/as, assim como encarregados/as de educação, que trabalham directamente com crianças e jovens na prevenção da violência contra as mulheres no seio da família e/ou nas relações de intimidade”. A apresentação de “Gostar de mim, gostar de ti” será conduzida pela representante da UMAR Braga, Carla Cerqueira, e pela docente no Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Isabel Carvalho da Torre Viana, contando ainda com a presença das autoras Maria José Magalhães e Ana Paula Canotilho.

Mas as iniciativas não terminam aqui! Às 21h:15, a UMAR faz do estaleiro da Velha-a-Branca a sua sala de cinema, exibindo “O sorriso de Mona Lisa”. Com as participações de Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles e Marcia Gay Harden, o filme conta a história de uma professora de História da Arte que, inconformada com o conservadorismo vigente na década de 50, tenta incutir nas suas alunas um novo olhar sobre a vida.

Após a exibição de “O sorriso de Mona Lisa”, a UMAR propõe um debate em torno do status feminino na sociedade do século XXI, estabelecendo paralelismos e contrastes com a realidade retratada no filme. O debate será moderado pela representante da UMAR Braga, Danielle Capella.

O Congresso Feminista 2008 decorre nos dias 26, 27 e 28 de Junho, em Lisboa.

Ver:
http://umarbraga.wordpress.com/
http://www.congressofeminista2008.org/

Anabela Santos

 

Em Diário do Minho, Terça dia 22 de Abril

tanque.jpgNo âmbito do Congresso Feminista 2008, o Chapitô e a UMAR estão a promover debates mensais temáticos que designámos por “Conversas no Tanque” por se realizarem num espaço do Chapitô que tem um tanque.

A primeira destas conversas realiza-se na 4ª feira – 19 de Março – 21h com o tema:

Mulheres e Artes
que conta com a participação de:
Eduarda Dionísio
Isabel Ruth
Sílvia Chico
Sofia Areal
Moderação de Maria Antónia Fiadeiro

As iniciativas seguintes terão lugar no dia 23 de Abril com o tema Mulheres e Lideranças, no dia 21 de Maio com um debate sobre Direitos Humanos e Igualdades e o roteiro temático termina no dia 18 de Junho com debate sobre Feminismos e Controvérsias.

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A pluralidade das vozes das mulheres, a diversidade das suas experiências e peculiaridades são as componentes fundamentais do feminismo. Esta foi a conclusão da primeira sessão da tertúlia “Onde estão as Simone de Beauvoir?”, realizada, ontem, no Estaleiro Cultural da Velha-a-Branca, em Braga.

De acordo com a representante da UMAR, Maria José Magalhães, que interveio na temática “Feminismos, Cidadania e Movimentos Sociais”, o feminismo é um conceito “polissémico”, composto por diversas correntes e perspectivas. “É a pluralidade que dá riqueza ao feminismo e lhe confere a sua unicidade”, asseverou Maria José Magalhães.

A dirigente da UMAR deteve-se ainda na necessidade do conceito de Cidadania possuir um carácter “inclusivo”. “O feminismo teve um papel importante no sentido de trazer para o interior da Cidadania as mulheres”, mas “este conceito não é completamente aplicado à vida das mulheres”. Para a activista, “as mulheres continuam em situação de desigualdade em relação aos homens, no trabalho, na família, na participação política, na vida conjugal”.   

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Na primeira sessão da tertúlia esteve também presente a docente da Universidade do Minho (UMinho), Zara Pinto Coelho, que abordou a temática ‘Mulheres e Média’.

A académica explicou que a presença das mulheres nas redacções não se reflectiu numa mudança da imagem feminina no discurso jornalístico, pois “não eliminou os estereótipos, que prejudicam a auto-percepção das mulheres e limitam os seus papéis sociais”. 

A professora da UMinho acredita que as mulheres que entram nas redacções sofrem um “processo de aculturação”, que as afasta de questões femininas. No entanto, Zara Pinto Coelho adverte: “Não é por ser mulher que uma jornalista vai produzir um discurso mais verdadeiro sobre as mulheres”. Para fazer a diferença, é necessário que a jornalista possua uma consciência política e integre na sua “identidade de género uma subjectividade feminista”. “Sem uma compreensão feminista do mundo, o risco de sucumbir à objectividade jornalística é muito maior”, enfatizou a docente, acrescentando que “seria importante introduzir nos currículos universitários uma perspectiva feminista”.  

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Aquando da celebração do Dia Internacional da Mulher, o Estaleiro Cultural ‘Velha-a-Branca’, em Braga, acolhe a tertúlia “Onde estão as Simone de Beauvoir”, um espaço de discussão intimista, que privilegia a reflexão e o intercâmbio de opiniões.

Dia 7 de Março, às 15:30h, a viagem em torno dos feminismos inicia-se com uma homenagem a Simone de Beauvoir, pela voz da Presidente da APIHM, Maria Helena Alvim. Segue-se uma estadia nos ‘Feminismos, Cidadania e Movimentos sociais’, na companhia da Vice-presidente da UMAR, Maria José Magalhães. O roteiro temático desagua, por fim, nas ‘Mulheres e Média’, sob o olhar da docente da UMinho, Zara Pinto Coelho. A moderação é de Anabela Santos.

Dia 8 de Março, às 21h, a excursão feminista abraça novas temáticas. Moderada por Sylvie Oliveira, a tertúlia traz a lume a ‘Conciliação da vida familiar e profissional’, apresentada pela bolseira da FCT, Cristina Pereira. Na derradeira paragem, a docente da UMinho, Silvana Mota Ribeiro, analisa a ‘Mulher na Publicidade’.
 
Esta iniciativa surge no âmbito da promoção do Congresso Feminista 2008, que decorrerá nos dias 26, 27 e 28 de Junho de 2008, em Lisboa.

Mais informações:
E-mail: feministactual@sapo.pt

CONGRESSO FEMINISTA 2008 | 26, 27, 28 Junho
Rota dos Feminismos | 7, 8, 9 Março
Na “ROTA DOS FEMINISMOS” ou… a caminho do CONGRESSO FEMINISTA 2008

 

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Tal como Maria Lamas percorreu Portugal nos anos de 1940 para conhecer as alegrias, os trabalhos e as dores das mulheres do seu tempo, também a UMAR, a Comissão Organizadora e Promotora do CONGRESSO FEMINISTA 2008, nos dias 7, 8 e 9 de Março, na “ROTA DOS FEMINISMOS”, ruma às cidades e vilas portuguesas, na demanda dos sentires e dos quereres das portuguesas do séc. XXI.

Avançaremos quilómetros de olhos e ouvidos ávidos de diálogo com mulheres e raparigas; de ouvir as suas vozes; de conhecer os seus quotidianos.

Ouviremos o que significa hoje ser feminista no Minho, nas Beiras, no Alentejo, no Algarve, assim como em cidades como Coimbra, Braga, Porto, Setúbal e Lisboa.

Questionaremos se a nossa acção como feministas tem eco nas suas vidas, se o feminismo tem sentido para elas, se faz alguma diferença.

Procuraremos conhecer as suas aspirações, desejos e expectativas, trazendo, no banco da frente, valiosos contributos para pensar a agenda feminista no CONGRESSO FEMINISTA 2008, a realizar-se a 26 e 27 de Junho na Fundação Gulbenkian e 28 de Junho na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, vamos espalhar o feminismo!

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Oitenta anos após a realização do 2º Congresso Feminista e da Educação em Portugal, a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), em colaboração com uma vasta Comissão Promotora, está a organizar o Congresso Feminista 2008. O evento realiza-se nos dias 26 e 27 de Junho na Fundação Calouste Gulbenkian e no dia 28 na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa.   

Em entrevista ao ‘O Mal da Indiferença’, Salomé Coelho, membro da Comissão Organizadora, esclarece que a realização do congresso visa “dar visibilidade aos feminismos como corrente plural de pensamento e de acção na sociedade portuguesa”, bem como “possibilitar o debate e a expressão de diversas formas de intervenção artísticas e comunicacionais”. 

A realização do evento enquadra-se em dois acontecimentos principais: na celebração dos 80 anos do último congresso feminista em Portugal e no aparecimento de um novo quadro político, decorrente da vitória do SIM no referendo sobre a IVG, que privilegia a expressão dos movimentos das mulheres. 

Salomé Coelho acredita, por isso, que é o momento de “lançar novas luzes sobre o que seja ‘feminismo’, sobre o que justifica o plural ‘feminismos’”. “É necessário estender os debates dos movimentos feministas ao grande público, para que finalmente se faça luz sobre o que significa, hoje, ser-se feminista”, explica.

Os participantes no Congresso poderão “reflectir e debater as diversas correntes de pensamento e agência feministas nacionais e internacionais”, bem como usufruir de uma agenda cultural diversificada: fotografia, pintura, concertos, moda, concertos, performances, documentários.

As inscrições para o Congresso Feminista 2008 podem ser efectuadas online, no site oficial. O prazo para o envio de intenções de apresentação de comunicações termina dia 31 de Março. O resumo da comunicação poderá ser enviado até 30 de Abril. 

Anabela Santos