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Category Archives: Feminismo

No âmbito do 1º Aniversário do Núcleo de Braga da União de Mulheres Alternativa e Resposta, propomos um mês de Março recheado de iniciativas que prometem expressar os feminismos em Bracara Augusta.

 

Tertúlia ‘As (R)evoluções do Dia Internacional da Mulher’

tertulia1Sáb. 7 MAR, 21h45
Estaleiro Cultural da Velha-a-Branca
Moderação: Sara Magalhães |UMAR

A União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) convida todas e todos para a tertúlia ‘As (R)evoluções do Dia Internacional da Mulher’ no sentido de pensar o surgimento, o percurso e a importância da efeméride na sociedade actual.

Carla Cerqueira
Doutoranda em Ciências da Comunicação
Universidade do Minho

Não há um consenso quanto ao marco histórico que esteve na origem do Dia Internacional da Mulher. No entanto, as posições predominantes apontam para a luta das operárias por melhores condições de vida. Sabe-se que o Dia Internacional da Mulher foi proposto por Clara Zetkin, em 1910, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. Existe, portanto, uma omissão da verdade histórica que está na génese da efeméride, mas a partir dessa altura começou a celebrar-se o dia em vários países. A data de 8 de Março tornou-se preponderante e em 1975 a ONU instituiu a efeméride, que se começou a celebrar em Portugal desde essa altura. Mais de trinta anos depois, várias foram as conquistas, mas há ainda um longo caminho a percorrer nas mais variadas áreas.

Pedro Pinto
Investigador em Psicologia Social na área de Estudos de Género e Teorias do Corpo
Universidade do Minho

No dia em que celebramos a conquista de liberdades, urge que questionemos os novos significados do discurso “mulher” na nossa sociedade. De que mecânicas se alimenta hoje o sexismo? Quais as formas de opressão das novas indústrias para mulheres? Quais as implicações de uma identidade “feminina” construída por uma ideologia de consumo?
Partindo de uma leitura feminista queer das linguagens mediáticas actuais, propõe-se reflectir sobre as políticas de representação da mulher e do corpo “feminino” no capitalismo contemporâneo.

 

Acção de rua: ‘Feministiza-te’

accao-de-rua1Dom. 8 MAR, 15H30
Avenida Central

A União de Mulheres Alternativa e Resposta convida as/os bracarenses a juntar-se à acção de rua ‘Feministiza-te’, na qual serão acenados cartazes com slogans a remeter para a situação da mulher em Portugal e no mundo.
Paralelamente, no âmbito da campanha ‘Não sou cúmplice’, o núcleo de Braga colocará 43 bandeiras pretas sinalizadas num jardim do centro que correspondem ao número de mulheres assassinadas em 2008 vítimas de violência doméstica.

 

Concurso de Fotografia ‘Onde estão os feminismos?’

photography_by_miss_mojo

 

De 7 a 14 de MAR 2009
Entrega de Trabalhos Fotográficos

A União de Mulheres Alternativa e Resposta desafia todos e todas a participar no Concurso de Fotografia “Onde estão os feminismos?”. O objectivo consiste em fomentar, reconhecer e premiar a criatividade na área da fotografia, ao mesmo tempo que promove a reflexão sobre feminismos na actualidade.

Parceiro nesta iniciativa, o Estaleiro Cultural da Velha-a-Branca exporá a totalidade dos trabalhos em concurso. O júri do concurso é encabeçado pelo fotógrafo Hugo Delgado.
A inscrição é gratuita!

O regulamento do concurso estará on-line dentro de poucos dias.  

 

Festa Feminista UMAR

the-clitsSáb. 28 MAR, a partir das 23h
Insólito Bar

A comemoração do 1º Aniversário do Núcleo de Braga culmina com a Festa Feminista, que contará com a actuação dos ‘The Clits’. Criado em 2006, consiste num projecto electro-punk feminista, de cariz interventivo e performativo, composto por Ana Leorne (voz) e Lena F. (voz, guitarra e programações). Estes estrearam-se, editando sob a forma de EP, The World Is A Mess But My Hair Is Perfect, que contém sete faixas, entre as quais Girl Next Door e Somebody Else’s Body. Também farão parte de uma compilação da campanha patrocinada pela LEVI’S, juntamente com Bonde Do Role, Juliette and The Licks, The Go! Team, Operator Please, entre outros.
Os dj’s DuArte e Pitt Pull darão continuidade à festa com música electrónica.
DuArte iniciou o seu trabalho de dj em 1995 e assume residência no Insólito Bar há nove anos. É um dos co-fundadores da editora independente Meifumado.
Pitt Pull, por seu turno, faz parte da primeira geração de produtores portugueses de techno minimal. Desde 2001, o dj actua em diversos clubes e eventos nacionais, tendo também tocado na França, Inglaterra, Espanha e Brasil. É profundamente feminista.

A UMAR divulgará na Festa Feminista o trabalho fotográfico vencedor, atribuindo o respectivo prémio e também uma menção honrosa. 

A entrada é de 3 euros.
Participe!

União de Mulheres Alternativa e Resposta

Núcleo de Braga

http://umarbraga.wordpress.com/

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«Nasce-se mulher ou homem, não se nasce socialista ou comunista, ou social-democrata.»

Madalena Barbosa, Que força é essa

Uma história na primeira pessoa de quem questiona o feminismo, os seus próprios ideias e a sua realidade. Porque os preconceitos combatem-se na rua, no contacto com as pessoas e já agora no youtube também.

Apresentação

Are you feminist?

E os homens que dizem?

Sylvie Silva Oliveira

cartaz_final

A União de Mulheres Alternativa e Resposta lançou a campanha ‘Feministiza_te’, uma iniciatia que visa sensibilizar mulheres e homens para a adopção de uma perspectiva feminista no sentido da consecução da Igualdade de Género. Com a duração de um ano, a campanha parte de Braga para estender-se a todo o país e a todo o mundo.

Debates, exposições, concursos, performances e concertos integram a campanha ‘Feministiza_te’, que possui uma petição online:

Na tentativa de incrementar uma mudança nas sociedades contemporâneas, reivindicamos um processo de feministização dos domínios político, económico e sociocultural. Exigimos a erradicação das práticas discriminatórias que transformam as mulheres em indivíduos de segunda. Levantamos a voz pela consecução da Igualdade de Género”.

Subscreve a petição AQUI!

Mais informações sobre a campanha ‘Feministiza_te’: AQUI e AQUI

Anabela Santos

medium_feminicide_de_polytechnique

Em 6 de Dezembro de 1989, Marc Lépine invadiu armado a Escola Politécnica de Montreal. Entrou numa sala, ordenou aos homens que saíssem e disparou sobre as mulheres, gritando: “Eu odeio feministas!”. Matou 14 mulheres e depois suicidou-se. Junto dele, foi encontrada uma lista com o nome de mulheres proeminentes que ele queria também assassinar.

No Canadá, 6 de Dezembro é assinalado como o Dia Nacional de Acção contra a violência sobre as mulheres. A bandeira do Québec é hasteada na Assembleia Nacional e não há aulas no Politécnico. ONG’S e centros de apoio a mulheres desenvolvem iniciativas de sensibilização de todas e todos no sentido de erradicar os infindáveis atentados contra os direitos humanos.

Nós, feministas, recordamos as 14 vítimas deste massacre antifeminista, bem como todas as mulheres que diariamente sofrem da violência machista vociferada pelo patriarcado! 

“LE FÉMINISME N’A JAMAIS TUÉ PERSONNE – LE MACHISME TUE TOUS LES JOURS”

Anabela Santos 

A União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) – núcleo de Braga apresenta a 1ªedição do Ciclo de Cinema Feminista, que decorre nos dias 13 e 27 de Novembro e 11 de Dezembro de 2008. Cada sessão tem início às 21h:30.

A iniciativa visa fomentar a discussão, a reflexão e o intercâmbio de ideias sobre questões que inquietam os feminismos. Por isso, incorpora debates sobre as temáticas retratadas na tela, a saber: a homoparentalidade, aborto e arte.

13|Nov.|08
If these walls could talk II (2000)

Interpretação: Vanessa Redgrave, Cloë Sevigny, Michelle Williams, Sharon Stone e Ellen DeGeneres
Argumento: Jane Anderson, Sylvia Sichel e Alex Sichel
Realização: Jane Anderson, Martha Coolidge e Anne Heche
Produção: Mary Kane

Comentador/Convidado UMAR: Jorge Gato, investigador da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

27|Nov.|08
Vera Drake (2004)

Interpretação: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Anna Keaveney, Alex Kelly, Daniel Mays e Phil Davis
Argumento: Mike Leigh
Realização: Mike Leigh
Produção: Simon Channing-Williams

Comentadores/Convidados UMAR: Jorge Salgado, médico
Margarida Vilarinho, professora e formadora na área da educação para a saúde

11|Dez.|08
Frida (2002)

Interpretação: Salma Hayek, Alfred Molina, Antonio Banderas, Valeria Golino, Ashley Judd, Mía Maestro, Edward Norton, Geoffrey Rush e Roger Rees
Argumento: Clancy Sigal, Diane Lake, Gregory Nava, Anna Thomas
Realização: Julie Taymor
Produção: Sarah Green, Salma Hayek, Jay Polstein

Comentadora/Convidada UMAR: Ana Gabriela Macedo, docente do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho

Ver: http://umarbraga.wordpress.com/ 

Lado a lado com o ensinamento do feminismo, a vice-presidente da UMAR e professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto revela a sua concepção da mulher do século XXI, critica a lei do divórcio e aconselha o que se deve fazer com as vítimas da violência doméstica.

O conceito de feminismo é hoje diferente?

Quando o feminismo da primeira vaga começou, aquelas senhoras sofreram muito, algumas sofreram nas suas vidas pessoais e familiares e eram consideradas contra-natura. Ao fim de décadas de trabalho, ganhamos credibilidade e já conseguimos afirmar na sociedade portuguesa que os feminismos são plurais, que não é só uma perspectiva: vai desde a mais marxista até à mais liberal. Há feministas para todos os gostos [risos].

Ainda se justificam os movimentos feministas?

Sim e sobretudo das jovens. Ainda há muito trabalho para fazer. Tal como aconteceu no primeiro quartel do século XX, isto não está garantido para ninguém. É preciso lutar para que a igualdade se concretize cada vez mais, mas também para manter as conquistas que já conseguimos.

Vemos que as raparigas, nos estudos que se fazem, continuam a achar que é importante casar. Fez-se uma investigação, há pouco tempo, com adolescentes que responderam que gostavam que ainda houvesse princesas e gostavam de ser princesas. Isto ainda perdura muito nas raparigas. As raparigas das classes trabalhadoras são as primeiras a responder que se casassem e o marido ganhasse o suficiente para a família não queriam trabalhar. Depois sobra para elas, no divórcio, na violência doméstica, etc. Isso é bastante aflitivo porque significa que afinal não conseguimos passar bem a mensagem.

Como é a mulher do século XXI?

É uma mulher fragmentada, tem várias caras, várias condições. Temos mulheres que já ascenderam ao topo que contratam uma mulher para tratar da casa e não vêem naquela pessoa outra mulher. As mulheres das classes trabalhadoras que vivem em situações terríveis, desempregadas, mulheres dos bairros sociais, mães adolescentes. As mulheres que têm dificuldade em ir ao centro de saúde, que engravidaram e têm medo de ser recriminadas por fazer um aborto. As empregadas domésticas, as pessoas sem emprego, as crianças que abandonam a escola. As jovens todas cheias de expectativa que acabam o curso superior e constatam que afinal o mercado de trabalho é uma selva insuportável.

O que é que o feminismo lhe dá no dia-a-dia?

Energia, satisfação, trabalho, bem-estar, humor, estar bem comigo mesma. O feminismo ensinou-me a gostar de mulheres e depois a aceitar-me a mim como sou. O mais importante é aprendermos a gostar de nós, é eu gostar de mim. Para gostar de mim tenho que gostar das outras mulheres, das novas, das velhas, das cientistas, porque eu também sou um bocadinho disso tudo.

Fonte: aqui

Selecção pré-natal. Infanticídio. Mutilação Genital Feminina. Abuso Sexual. Prostituição Infantil. Tráfico de mulheres. Casamento forçado. Violência doméstica. Mortalidade materna. Assimetria salarial. Prostituição. Crimes de Honra. Violação marital.

A violência exercida contra a mulher circula num circuito fechado que é preciso quebrar. Nenhuma mulher usufrui, em plenitude, dos seus direitos. Porquê? Por ser simplesmente mulher!

Reconhecendo que uma ambiência mais equitativa impulsiona o progresso das sociedades, a ONU designou a Igualdade de Género como um dos objectivos a alcançar até 2015. A campanha visa igualmente combater a pobreza extrema, universalizar o ensino básico, reduzir a mortalidade infantil e materna, erradicar doenças como o HIV/Sida e a Malária, garantir a sustentabilidade ambiental e promover a cooperação global.     

Em 2007, Portugal – que constitui um dos 189 países subscritores da Declaração do Milénio – investiu 0,19% do Rendimento Nacional Bruto na Ajuda Pública para o Desenvolvimento (APD). O compromisso acordado estabelecia o investimento de 0,7% até 2015. A campanha apela ao Governo português uma aposta mais intensa no APD para a consecução efectiva das metas sobreditas.

Até quando, Portugal?

Anabela Santos

Crónica de Caroline Fourest
Versão original: Le Monde

“Um tal desprezo diz muito sobre o caminho que falta percorrer. O feminismo não é uma história de “ raparigas”, mas a história de um humanismo revolucionário que abalou o mundo, como poucos ideais podem se vangloriar de o ter feito. Isto merece que consideramos séria a sua história”.

 

Uma doce OPA está a ser feita sobre o Movimento de Liberação das mulheres. Na semana passada, Le Parisien e o Ouest France anunciavam “ os quarenta anos do MLF (Mouvement de libération des femmes.). Com dois anos de antecedência. Estupefacção para as feministas. Estariam elas a ser espreitadas pela doença de Alzheimer? Estaríamos nos já em 2010? Na opinião das historiadoras como das militantes, os “ anos movimento” começaram em 1970. Feministas estavam de facto nas activistas do Maio de 68, mas as suas preocupações, não era a prioridade do mês de Maio, sobretudo a dos seus colegas rapazes. Foi preciso esperar 1970 para assistir a um movimento que reivindicava a liberalização das mulheres através de uma série momentos fortes colectivos: reunião na faculdade de Vincennes, entrega de flores para a mulher do “ soldado desconhecido” e o numero da revista de Partisan que proclamava: “ Feminismo: ano zero”.

Mas então qual a causa desta precipitação e porque alguns médias datam subitamente a acta de criação do MLF no primeiro de Outubro de 1968? Esta data não corresponde a nada … a não ser ao aniversário de Antoinette Fouque. Tão cómico que isto possa parecer, esta antiga deputada europeia, fundadora das Editions des femmes, pensa que se recorda de ter evocado a questão com duas amigas no dia do seu aniversário em 1968. O que faria dela uma das “ fundadoras” do MLF. O seu serviço de imprensa não poupa esforços para difundir esta ideia. Ouest-France anunciou-o: “ há quarenta anos Antoinette Fouque criou o MLF”. A época é propícia aos embustes. E não só na Internet. Só o facto desta mentira mediática funcionar diz muito sobre o desconhecimento, até mesmo o desprezo para com a história do feminismo, julgada secundária. De relembrar esta verdade simples: ninguém fundou o Movimento de Libertação das Mulheres. Não se decreta um movimento social, sobretudo um composto por esta variedade de correntes e de grupos. Antoinette Fouque et a sua corrente não era mais do que uma das muitas correntes destes “ anos movimentos”. ( Livro de referencia de Françoise Picq). Read More »

Jurista, escritora e feminista portuguesa, nasceu em Lisboa, filha única de Alice Pereira Guimarães e de Vitorino Máximo de Carvalho Guimarães, militar e republicano, que foi primeiro-ministro na 1ª República portuguesa. Elina Guimarães (1904-1991) estudou em casa com mestres e frequentou os Liceus Almeida Garrett e Passos Manuel. Em 1926 acabou a licenciatura em Direito. Nunca exerceu a advocacia. Trabalhou algum tempo no Tribunal de Menores. Casou em 1928 com o advogado Adelino da Palma Carlos. Defensora acérrima da participação das mulheres na vida política, foi uma continuadora dos ideais de Ana de Castro Osório e de todas as que na 1ª República lutaram por uma democracia que tardava a chegar, onde a educação das raparigas era primordial. Elina colaborou em imensos jornais e revistas, que é impossível enumerar. Desde O Rebate até ao Diário de Lisboa, passando pela Alma Feminina, Portugal Feminino, Seara Nova, Diário de Notícias, Primeiro de Janeiro, Máxima, Gazeta da Ordem dos Advogados e um não mais acabar de colaborações. A sua vida foi uma permanente intervenção a favor da liberdade de expressão, na educação das mulheres para os seus inalienáveis direitos como cidadãs. Fez conferências em Portugal e estrangeiro e, sem exagero, pode dizer-se que Elina Guimarães é o feminismo do séc. XX na sua mais completa expressão. Os seus conhecimentos dos direitos das mulheres do ponto de vista da jurista foram essenciais para despertar e informar muitas gerações de mulheres sobre os seus direitos. Esteve ligada a muitos movimentos e instituições feministas e de direitos das mulheres, desde o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde foi secretária-geral até à International Council of Women, International Alliance for Women’s Sufffrage, Federation International des Femmes Diplômées em Droit. Foi condecorada em 1985 com a Ordem da Liberdade. Na passagem do centenário do seu nascimento, em 2004, foi organizada pela Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, uma sessão de palestras seguida de exposição retrospectiva da sua vida e obra, que teve lugar no Palácio Foz, com uma assistência assinalável, onde se destacavam muitos juristas.

Fonte: AQUI [Reservados os direitos de autor].