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Category Archives: Dia Internacional da Mulher

No dia Internacional da Mulher, dia 8 de Março de 2008, Portugal lança actividades para homenagear as mulheres de este país, passando a referir algumas delas:

• Manifestações levadas a cabo por docentes, revoltadas contra o novo método de avaliação, a elas, incutido.

• Marcha Mundial de Mulheres, alusiva à campanha “Nem mais uma!”, tendo como fim a sensibilização e denúncia da violência contra o sexo feminino. A marcha está datada para o presente dia, a partir das 13,30 horas da tarde, em Lisboa.

• “Rota dos Femininos”: uma iniciativa da entidade promotora do “Congresso Feminista 2008”, organizado pela UMAR. O Roteiro teve o seu ápice, ontem, numa tertúlia feminista (Minho: Braga), organizada pelas moderadoras e participantes deste blogue: Sylvie Oliveira e Anabela Santos. O Roteiro marcha de Norte a Sul do país, tal como muitas feministas o fizeram anteriormente, para conhecerem as experiências, vivências, partilhas e subjectividades de muitas mulheres.

• “As mulheres de Darfur” – exposição de fotografia e de vídeo sobre Darfur (Grupo Local 3 – Paço de Arcos) – Amnistia Internacional.

• Lançamento dos livros:
“Mulheres que escrevem, mulheres que lêem”; A. V.; 101 Noites
“Prevenção da Violência Doméstica” (UMAR)
“Novas Cartas Portuguesas” (Isabel Barreno, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa, Edições Quixote)
“Imagens da Mulher na Imprensa Feminina de Oitocentos” (Ana Maria Lopes, Quimera)
“Na política as mulheres são capazes” (CIG)
“Amor, poder e violência na intimidade” (Sofia Neves, Quarteto)
“30 mulheres mais”; A.V.; Edeline
o “Vozes Insubmissas” (Isabel de Carmo, Lígia Amâncio; Dom Quixote)

Ana Ferreira

 

O Grupo Local 3/Paço d’Arcos da Amnistia Internacional vai comemorar o dia Internacional da Mulher com um evento na Biblioteca Operária Oeirense, subordinadas ao tema “As Mulheres de Darfur”. Neste evento poderá ser vista a exposição de fotografia sobre o Darfur. Ainda relacionada com a situação que se vive naquele país, será exibido um documentário e poderá ser escutado e adquirido o cd “Frágil” – Artista portugueses por Darfur, cujas receitas se destinam a ajudar projectos naquela região do Sudão. Haverá ainda a actuação do Grupo Coral Nova Esperança da Comunidade Terraços da Ponte-Lisboa, e do CRAMOL.
 
As Mulheres de Darfur
Dia 8 de Março 2008, às 17 horas
Biblioteca Operária Oeirense

Entrada livre. 

Mais informações: AQUI
 

Entrevista da presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros, Elza Pais, ao Correio da Manhã, publicada na edição de ontem:
“Trabalhou no Instituto de Reinserção Social em Coimbra, dirigiu o Instituto da Droga e da Toxicodependência e foi convidada a presidir à Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres, recentemente rebaptizada Comissão para a Cidadania e Igualdade de Géneros – “uma mudança de paradigma”. Elza Pais explicou que é tudo uma questão de Direitos Humanos.
De onde vem este interesse pelo tema dos direitos das mulheres?
Desde sempre trabalhei muito as causas sociais. Fui professora no Instituto Miguel Torga em Coimbra, e agora na Universidade Católica, sempre na área social. Formei muitas das assistentes sociais do País…
Considera-se uma feminista?
Considero, porque luto pelos direitos das mulheres. E ao lutar pelos direitos das mulheres luto pelos direitos das pessoas. Ao fazer isto também estou a lutar pelos direitos dos homens.
O discurso feminista foi muito acusado de ser um discurso de autovitimização…
Há feminismo e feminismo. Há várias etapas. Nas suas primeiras afirmações teve de sublinhar determinadas discriminações para as salientar. Se não tivesse sido assim, hoje não se falaria da igualdade de géneros como falamos. Hoje exige-se às feministas uma nova atitude no sentido de chamar os homens a reivindicar os direitos das próprias mulheres. Uma sociedade em que homens e mulheres vivem de costas voltadas não é uma sociedade justa.
Já se conseguem ver resultados concretos, práticos, das políticas de igualdade de oportunidades?
Sim, o facto de ter existido este ano [Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades] que foi acolhido pelo Parlamento e pelo Conselho já em 2002/2003 e que está agora em pleno, é sinal de que, ao nível da política, estes temas começam também a ser valorizados. E o facto de termos planos – vamos no 3.º Plano Nacional para a Igualdade, no 3.º Plano Nacional contra a Violência Doméstica, no 1.º Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos. Claro, num primeiro momento foi através dos movimentos feministas dos anos 60/70 que estes temas vieram para a ribalta. Não são longínquos os tempos em que as mulheres não podiam votar, em que não se podiam ausentar para o estrangeiro sem pedir autorização aos maridos, em que não podiam integrar determinadas carreiras profissionais, não podiam ser magistradas. Hoje é inconcebível. As próprias carreiras da magistratura têm muito mais mulheres do que homens.
Não lhe parece que alguns homens se sentem ameaçados por todas estas movimentações e estão no limiar de exigir um dia mundial do homem?
Se isso acontecer parece-me que estamos no caminho errado, porque a valorização da mulher não deve implicar a anulação do homem. Eu não queria substituir o 8 de Março das mulheres por um 8 de Março para os homens.
Dentro da Comissão existe igualdade de géneros? Há muitos homens a trabalhar aqui?
Não tantos quantos eu gostaria e há muito poucos porque até há pouco tempo as mulheres é que reivindicavam a afirmação destes direitos. A comissão foi-se construindo com o objectivo de dar emprego a quem se interessasse por estas temáticas e quem se interessava eram sobretudo as mulheres.
Então têm alguns homens.
Sim, temos alguns homens. Defendo as representações equilibradas, não só ao nível dos postos de decisão mas ao nível do trabalho em todas as equipas.
Como se enquadra na Comissão, o tráfico de seres humanos?
É um projecto que acabou de ser aprovado. No terreno havia equipas que já vinham trabalhando esta temática, através de várias parcerias e projectos e é um problema que se vive hoje de forma preocupante. Portugal tem uma situação particular, já que funciona como placa giratória. Temos um plano que nos vai permitir desenvolver projectos de apoio a vítimas, desde que elas queiram colaborar com a polícia.
São pessoas apanhadas em redes de prostituição?…
Não só. O tráfico de seres humanos pode envolver homens, crianças…
Leia a entrevista na íntegra AQUI!
Enquanto os direitos das mulheres forem negados, em qualquer parte do mundo, não haverá justiça nem paz. Reconhecer a igualdade de direitos das mulheres é, por isso, um requisito essencial para a criação de sociedades fortes, sustentáveis e estáveis, e garantir que as mulheres usufruam de igualdade de respeito pelos homens em todas as áreas da vida é um passo chave para fazer com que os Direitos Humanos sejam uma realidade universal”.
[Shirin Ebadi, galardoada com o Prémio Nobel da Paz 2003, e Irene Khan, secretária-geral de Amnistia Internacional]
O caminho é longo e agreste, mas não é inalcançável. Neste ou num outro tempo, a ‘Igualdade de Género’ será conseguida.
Uns dizem que já existe em muitas sociedades e que a luta não se faz com tanta premência. Outros descrêem na sua plena possibilidade de concretização. Outros ainda, como eu, vêem a luta inacabada e, ao sabor de alguma insensatez, acreditam na sua vencibilidade.É certo que se evoluiu muitíssimo na conquista dos direitos das mulheres nas últimas décadas. Porém, esta evolução fica muito aquém das fronteiras da Equidade. Basta atentarmos nas afirmações mais inocentes e nos gestos mais básicos para constatarmos o quão longe estamos de uma efectiva Igualdade e Respeito mútuo.

Que o 98º Dia Internacional da Mulher nos desperte para a problemática perpetuada pelas crenças na hegemonia masculina – a ‘Desigualdade de Género’.

Anabela Santos
“O dia da Mulher contra os 364 do Homem”. A piada sexista mais ouvida hoje.

Hoje assinala-se mais um dia importante e triste.
Importante porque porque é fundamental introduzir o assunto na agenda dos média. Apesar de acreditar que esta temática devia ser mais valorizada e não ser somente destacada en todos os meios de Comunicação Social no dia 8 de Março.
Triste porque a existência deste dia alerta para a inevitável realidade que ainda permanece na nossa sociedade. A igualdade de direitos entre os sexos ainda não foi conseguida! Assim infelizmente ainda vamos ter de assistir ainda a muitos dias como estes.
Sylvie Oliveira
A Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade entre Mulheres e Homens (REDE) realiza, quinta-feira, às 21h30, a Tertúlia “8 de Março 2007” Obrigatório Igualdade, na Associação Loucos e Sonhadores, no Bairro Alto, Lisboa. O encontro, que assinala o dia Internacional da Mulher, vai ainda promover a campanha da REDE com o mesmo nome. A entrada é livre mas há um número limitado de lugares. Para obter mais informações, contacte até às 24h de quarta-feira: geral@redejovensigualdade.org.pt!

O debate ‘IVG – O Corpo entre as Leis e as Lutas’ decorre, quinta-feira, às 21h30, no Frágil (Rua da Atalaia, 126), Bairro Alto, em Lisboa. A iniciativa conta com a participação de Ana Matos Pires, André Pirralha, Fernanda Câncio, Maria José Alves e Miguel Vale de Almeida. Para mais esclarecimentos, contacte: info@fragil.com.pt.

No âmbito das celebrações do ‘Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todas/os’ e do dia Internacional da Mulher, realiza-se o Colóquio “A Cultura tem Género?”, quinta-feira, às 9h30, no Auditório VII do Centro de Congressos de Lisboa. O encontro visa “debater como se faz a cultura em Portugal, as oportunidades e constrangimentos que se apresentam a mulheres e homens, mas também que influência tem, ou não, o género da pessoa produtora de cultura nos resultados criativos.” O programa do Colóquio encontra-se aqui!

Anabela Santos