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Category Archives: Violência urbana

 

Entende-se por violência urbana todo o comportamento de agressão ou de transgressão de um conjunto de normas, valores, princípios, “formas de pensar, sentir e agir”, traços culturais, entre outros, que são impingidos desde a socialização primária e encontram-se contextualizados em determinada situação social alvorotada. A prática deste comportamento permite percepcionar a dinâmica das relações sociais enquadradas num tecido social conflitual. O último constitui e está inscrito em todos os campos da vida social: psíquico, físico, emocional, económico, sexual, laboral, etc. De todo o modo, a violência urbana atinge quer a dimensão individual ou psicologizante, quer a social ou sociologizante. Ambas se complementam no quadro que versam. Daí não existir formas isoladas de comportamentos alheios, ilegítimos e transgressores na dita “sociedade civil” que compõem, explicam e compreendem o fenómeno da violência urbana, nem tão pouco acções de natureza atómica que afectam o todo social.

Neste sentido, a violência urbana é organizada colectivamente e apresenta como fim atingir pessoas, bens ou serviços, em espaços públicos e privados vistos, não apenas, como territórios desqualificados ou prejudicados seja no seu modo de desorganização, seja nos desajustes relacionais entre actores sociais, mas também em áreas transitoriamente caracterizadas por uma organização estrutural e relacional. A violência urbana  é a definição complexa das práticas sociais conhecidas como naturais e concisas, pelo modo como deslizam, vincadamente, entre grupos sociais. Jovens, adultos e idosos são ao mesmo tempo, num mesmo lugar o ápice mais vulnerável na tríade sancionada sociedade civil-vítima-infractor, quando atingidos por outros grupos da mesma natureza ou de natureza distinta. Isto é, a violência urbana cobre uma diversidade de comportamentos, acções intra e interpessoais e pode ser perpetrada por grupos de índole etária diversificada. Deste modo, associar a violência urbana, somente à deliquência ou marginalidade juvenil é avaliar o fenómeno, numa perspectiva unidimensional e torná-lo mais leve, solto e menos capaz de progredir, em termos causais e correlacionais.

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