O turismo sexual de menores intensifica-se, pulula e converte milhares de crianças em meros instrumentos sexuais.
As novas formas de comunicação e as viagens low-cost favorecem a expansão da procura, a qual se compõe maioritariamente de homens jovens, provenientes dos países mais desenvolvidos. A ECPAT International admite existir três categorias de clientes: o circunstancial (estabelece relações com uma criança por curiosidade), o pedófilo (tem uma inclinação sexual só por crianças) e o preferencial (tem preferência por relações sexuais com crianças).
Por outro lado, o abandono e a pobreza são factores que contribuem para o empolamento da oferta. O Quénia, Colômbia, Camboja, Mongólia e Estónia transformam-se crescentemente em pólos germinadores de turismo sexual de menores. As vítimas são cada vez mais jovens! Desprovidas de qualquer apoio, são violentadas psicológica, física e sexualmente. São estigmatizadas nas suas comunidades, estão vulneráveis às DST’s, têm dificuldades em aceder ao sistema de ensino. Sentem-se inibidas, culpadas, entram em depressão, o que resulta por vezes em suicídios.
A expansão do turismo sexual infantil conta com a conivência de agências de viagens, companhias aéreas, hotéis, prostíbulos, angariadores locais, etc.
Quando se reforça o combate à exploração sexual de menores num determinado país, os clientes escolhem os países adjacentes para dar azo às suas ‘aventuras’ (leia-se: crimes). O aumento da incidência do turismo sexual de menores no Camboja, país vizinho da ‘clássica’ Tailândia, é exemplo disso mesmo. Estas movimentações redundam no empolamento do tráfico de crianças.
De acordo com ECPAT International, verifica-se a “existência de uma relação entre o tráfico de menores e o turismo sexual infantil, já que as crianças objecto de tráfico estão particularmente mais vulneráveis, são retirados da sua comunidade, do seu contexto cultural e têm um estatuto legal muito frágil que força inclusivamente mais a sua dependência em relação àqueles que beneficiam com a sua exploração”.
Sensibilizar, supervisionar, combater, erradicar: passos cruciais para a libertação de milhares de crianças das cadeias da exploração sexual. Nenhuma criança é uma atracção turística!
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Anabela Santos