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A candidata à Casa Branca Hillary Clinton, em atraso na campanha democrata, denunciou ontem os ataques sexistas que a “magoaram profundamente”, enquanto algumas mulheres a ajudavam e diziam-lhe para permanecer na corrida.

A antiga Primeira Dama, que parece ter chegado ao crepúsculo da sua campanha, exprimiu-se pela primeira vez sobre o que os seus apoiantes denunciam desde o inicio, como os comentários, as t-shirt e outros produtos derivados centrados no facto de ela ser mulher.

“É profundamente insultante para os milhões de mulheres”, afirmou numa entrevista ao Washington Post. “ Esta campanha teve inovação em vários aspectos. Mas ela também colocou desafios, tendo em conta a atitude de certos medias”, acrescentou relativamente à candidatura a campanha democrata que vão culminar, pela primeira vez na História americana, na eleição de um negro ou de uma mulher.

Para a senadora de Nova Iorque, a campanha não foi manchada pelo racismo, apesar do racismo parecer menos tolerado na sociedade americana que o sexismo, “ Deve existir um tratamento igual ao sexismo e ao racismo quando ele toma proporção horríveis”, afirmou.

“Parece que pelo menos a imprensa não esteja tão preocupada pelos incríveis ataques e comentários de pessoas que não são mais nada senão misóginos”, acrescentou.

Mulheres que apoiam a sua candidatura mobilizaram-se e a apoiaram ontem, pedindo que permanecesse na corrida até ao fim.

“Calma aí … ” apela um página inteira, financiada pelo grupo WomenCount no New York Times, enquanto que apelos de recuos na corrida da senadora se multiplicam para unificar o partido democrata atrás do candidato que está a frente da batalha, Barack Obama.

“A voz de Hillary é NOSSA voz e ela fala para nos todas”, afirma a organização, que acrescenta: “Nós queremos que Hillary fique na corrida até que cada boletim de vota seja depositado na urna, até que cada voto seja contabilizado, e que saibamos que os nossos votos foram ouvidos”.

Este pedido acontece enquanto que Barack Obama ambiciona de terça tomar uma vantagem decisiva sobre a rival na ocasião das primárias nos Kentucky (centro este) e Oregon (Norte Oest), passando a etapa da maioridade absoluta dos delegados simples.

Por sua vez, a antiga candidata democrata à vive presidência Geraldine Ferraro, única mulher que conseguiu aparecer num ticket presidencial até à data nos Estados Unidos, em 1984, acredita que o sexismo podia explicar a derrota aparentemente iminente da senhora Clinton.

O sexismo latente esteve presente neste país, há muito tempo. Nesta campanha,  ele foi muito visível, afirmou a NBC esta antiga conselheira da senhora Clinton. “ Não é aceitável ser racista neste país (mas) é quase aceitável ser sexista”, acrescentou, ela que criou uma polémica em Março, ao afirmar que Obama não teria tido sucesso “ se não tivesse sido Branco”.

Ferrero falou de uma T-Shirt que surgiu num dos meeting de Hillary Clinton no New Hampshire, no qual se podia ler: “Engoma a minha camisa”. “Imaginem alguém dizer, no mesmo meeting de Barack Obama: “Engraxa os meus sapatos”, esta pessoa tinha sido incendiado nos medias”, acusou.

Tradução

Versão original aqui                                                                                                            

 Sylvie Silva Oliveira

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